quarta-feira, 28 de abril de 2010

lágrimas de crocodilo

A Feira do Livro de Lisboa está de volta e a minha lista de desejos vai-se estendendo (uns quantos estão ali ao lado). Entretanto, o novo livro da Bruaá,



vai-me abrindo apetite para outros encontros. Como este:


The Crocodile's Toothache



The Crocodile went to the dentist,
And sat down in the chair,
And the dentist said, "Now tell me, sir,
Why does it hurt and where?"
And the Crocodile said, "I'll tell you the truth,
I have a terrible ache in my tooth,"
And he opened his jaws so wide, so wide,
That the dentist, he climbed right inside,
And the dentist laughed, "Oh isn't this fun?"
As he pulled the teeth out, one by one.
And the Crocodile cried, "You're hurting me so!
Please put down your pliers and let me go."
But the dentist just laughed with a Ho Ho Ho,
And he said, "I still have twelve to go--
Oops, that's the wrong one, I confess,
But what's one crocodile's tooth, more or less?"
Then suddenly, the jaws went SNAP,
And the dentist was gone, right off the map,
And where he went one could only guess...
To North or South or East or West...
He left no forwarding address.
But what's one dentist, more or less? 


domingo, 25 de abril de 2010

mais memória




Raimundo Narciso, Helena Pato, José Manuel Tengarrinha e Edmundo Pedro, esta tarde, na cerimónia de descerramento-inauguração da placa informativa da localização da ex-sede da PIDE-DGS, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, organizada pelo Movimento Não Apaguem a Memória! – NAM em cooperação com a Câmara Municipal de Lisboa. 

"Este importante acto de preservação da Memória surge na sequência da luta do NAM pela recolocação da placa evocativa dos cidadãos mortos pela PIDE-DGS no dia 25 de Abril de 1974, na fachada do condomínio privado de luxo que substituiu a sede da PIDE sem que as autoridades então cuidassem, como era seu dever cívico, da preservação do património histórico da luta pela Liberdade."

o povo saiu à rua




o primeiro dia do resto das nossas vidas


Romance do 25 de Abril
João Pedro Mésseder (texto)
Alex Gozblau (ilustração)
Caminho

sexta-feira, 23 de abril de 2010

novidades do planeta






















 O Primeiro Gomo da Tangerina
 
Todos vieram
ver a menina
ao primeiro gomo de tangerina
menina atenta
não experimenta
sem primeiro
saber do cheiro
o sabor dos lábios
gestos sábios
Fruta esquisita
menina aflita
ao primeiro gomo de tangerina
amarga e doce
como se fosse
essa hora
em que chora
e depois dobra o riso
e assim faz seu juízo
Sumo na vida
é o que eu te desejo
um beijo um beijo
Ah, que se lembre
sempre a menina
do primeiro gomo de tangerina
p´la vida dentro
é esse o centro
da parcela da vitamina
que a faz crescer sempre menina
A terra é grande
é pequenina
do tamanho apenas da tangerina
quem mata e morra
nunca percorre
os caminhos do que há de melhor
nesse sumo
a vida, gomo a gomo
Sumo na vida
é o que eu te desejo
rumo na vida
um beijo
um beijo

Sérgio Godinho
(O tema "O primeiro gomo da tangerina" faz parte do álbum "Tinta permanente", que Sérgio Godinho publicou em 1993 e pode ser ouvido aqui)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

que bom que é

ver o João crescer e festejar com ele este tempo




















L' Age d'or 

Maman, plus tard, moi je serai
blanchisseur de nuages ou berger d'oiseaux,
peut-être compteur de gouttes d'eau,
arbitre pour combats d'escargots,
garde du corps pour papillons,
acupuncteur pour hérissons,
clown pour passants fatigués,
imprimeur pour sans-papiers,
décorateur de coccinelles,
empêcheur de tomber du ciel.
Puis, j'inventerai la machine à ne rien faire
qui se tendra en hamac depuis la terre
vers un point très lointain du vaste univers.
Alors, on m'élira comme la plus lente
et la plus mignonne étoile filante.
Respirant le grand air des galaxies,
à cheval sur l'Ourse, sur la queue de Castor,
employé des affaires privées de l'infini,
je connaîtrai enfin l'âge d'or.
 
Carl Norac
(ilustração de Carll Cneut no livro "Um segredo para crescer", com texto de Carl Norac)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

lustro do dia

se pegarmos nesta ideia, vai ser fácil Portugal tornar-se o tal jardim à beira-mar plantado!






















img. Pothole Gardens de Pete Dungey

quarta-feira, 14 de abril de 2010

raízes

Quem me dera ter raízes,
que me prendessem ao chão.
Que não me deixassem dar
um passo que fosse em vão.

Que me deixassem crescer
silencioso e erecto,
como um pinheiro de riga,
uma faia ou um abeto.

Quem me dera ter raízes,
raízes em vez de pés.
Como o lódão, o aloendro,
o ácer e o aloés.

Sentir a copa vergar,
quando passasse um tufão.
E ficar bem agarrado,
pelas raízes, ao chão.


Jorge Sousa Braga
Herbário

domingo, 11 de abril de 2010

spring ahead


"you can never hold back spring
you can be sure I will never
stop believing
the blushing rose will climb
spring ahead or fall behind
winter dreams the same dream
every time(...)"
Tom Waits

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Forgotten Language



















Once I spoke the language of the flowers,
Once I understood each word the caterpillar said,
Once I smiled in secret at the gossip of the starlings,
And shared a conversation with the housefly
in my bed.
Once I heard and answered all the questions
of the crickets,
And joined the crying of each falling dying
flake of snow,
Once I spoke the language of the flowers. . . .
How did it go?
How did it go?

Shel Silverstein 
img. Gustavo Aimar

domingo, 4 de abril de 2010

migrando

Migrando tem duas capas, dois pontos de partida, mas é indiferente por onde se começa a viagem. Neste livro, aves e pessoas cruzam os céus. Fazem as malas, abrem as asas e lançam-se à aventura…

Dedicada aos que deixaram a sua terra para re-existirem noutro lugar, esta história sem palavras e de imagens poéticas, mostra como a palavra migrante pode ser sinónimo de sofrimento e fragilidade, mas também de coragem e futuro.

Um livro habitado pelo oceano, que separa e une terras e destinos. Um livro de desenhos, no qual cada leitor re-inventa a própria história.

Mariana Chiesa Mateos nasceu na Argentina e vive actualmente em Itália. Dedica-se à pintura, gravura e ilustração. A infância, o desejo, a perda são temas recorrentes no trabalho desta artista, que tem participado em diversas mostras internacionais e colaborado com editoras como a Media Vaca, na qual publicou os títulos No hay Tiempo para Jugar (ilustrações seleccionadas pelo júri da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha 2003) e Mis Primeras 80.000 Palabras (obra colectiva). 
(informação da Orfeu Negro)